quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal

Estou aqui enquanto famílias se reunem em suas casas num grande festival de carinho, afeto e talvez falsidade. Quer dizer, falsidade não, mas que alguns forçam a barra é inegável. Ao mesmo tempo que tudo isso rola, lá no outro lado do mundo pessoas de diferentes religiões também comemoram o Natal.
Por quê?
Problema ou Conquista da Globalização?

Além de tudo, as metas consumistas de se fazer do Natal uma data mundialmente conhecida, a meta é cumprida por duas vezes: hoje é dia 24 e desde cedo alguns não trabalham, outros soltam fogos, outros descansam e outros...comemoram! Comemoram o nascimento de Jesus Cristo um dia antes e no dia seguinte: Problema ou Conquista da Globalização?

O mais curioso é que, acima das religiões e dos padrões consumistas, todas as sociedades, independente de religião, formação, origem ou crença são influenciadas por esse marco católico de um indivíduo que é referência de fé que ao menos se sabe se ele realmente existiu: alguns são influenciados por maioria populacional seguidora da religião, outros porque o mercado não está aberto, outros porque os soldados param de fazer guerra pra comemorar em trincheiras uma data - mesmo distante de casa. Alguns outros querem ignorar mas é impossível, já que nos meios de comunicação se vê o Natal.

Vos pergunto:

PROBLEMA OU CONQUISTA DA GLOBALIZAÇÃO?


Um Feliz Natal, independente do que isso signifique pra você.

domingo, 7 de dezembro de 2008

"Férias"

Considerando que o gosto pela reflexão e pelo registro dela me impede de parar as atividades, comunico aos amigos leitores que o Reflexões do Cotidiano está de "férias", o que significa que não há um tipo de cronograma a ser seguido.

Fico devendo a temática da religião relacionada a enquete ao lado, mas garanto que o assunto voltará a ser abordado na próxima postagens.

Boas Férias!

domingo, 30 de novembro de 2008

Crítica da crítica ao capitalismo

Crise mundial, crise do capitalismo?
Não sei, acredito que não, mas é fato que acontecimentos como esses geram uma série de discussões que visam desmoralizar o sistema que vivemos. Confesso que algumas possuem certa relevância, mas essa semana reparei em dois assuntos no mínimo bizarros.

O primeiro diz respeito a um economista irlandês de 29 anos que desafiará o capitalismo ficando um mês sem gastar dinheiro. Fenomenal, né? Não, absolutamente sem critério e com intuito marketeiro. Viver sem dinheiro é possível, não tenho dúvidas! Podemos ver a cada olhada na parte embaixo de um viaduto que existem pessoas que fazem isso. O que o mendigo de luxo irlandês quer é pseudo-desafiar algo que, daquela forma, é impossível de ser desafiado. Ora, se um sujeito decide ir em eventos onde é servido um lanche gratuito, ou então visitar os lixões da cidade em busca de sobras, fica evidente que ele está ali como um ser dependente do sistema em que a sociedade vive. O que impressiona é que um economista não parece ser capaz de observar isso. Sinceramente, torço para que seja apenas mais uma jogada para divulgar sua ONG.

Vendo isso, lembrei de uma crítica que as pessoas fazem que é, no mínimo, contraditória.
Costuma-se ver por aí imagens associando o capitalismo à fome.
Costuma-se ver por aí imagens associando o capitalismo à obesidade.


Bom, não vou me estender sobre as causas que levam aos dois fatores. Mas veremos, basicamente, que não é bem assim:
- O capitalismo de fato tem como complicação a má distribuição de renda, mas a distruibuição de renda que remete à miséria e à fome não tem nenhum fator político-sociológico em seu meio? Digo, as crianças da África sentem fome apenas porque nos séculos XIX/XX europeus dividiram suas tribos em territórios de acordo com sua vontade? Os conflitos existentes desde os primórdios nada tem a ver com a atual forma de distrubuição?
- O capitalismo de fato gera certa difusão de consumismo, mas ele só existe porque o capitalismo existe? Um senhor feudal não tinha vontade de ter mais do que precisava? Aliás, um faraó não tinha? De fato eles não viviam o capitalismo. Aliás, eles eram gordos por serem consumistas? A alimentação egípcia não parece ser mesmo um precedente para ser obeso. O prolema no caso, além de tudo, é individual.

Em suma, fica evidente que é fácil criticar o capitalismo e fazer uma imagem para ter fiéis à essas críticas, já que tudo o que se vive tem pelo menos dois lados(no caso os que simpatizam e os que não simpatizam).

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Quando o todo vira um

Antes de ler, vote ao lado!
Você segue à uma religião?

Passando algumas horas num fórum do meu time de coração, vi um vídeo um tanto quanto curioso: um programa de palco católico onde acontecia um concurso. A atração em questão era uma música um pouco estranha acerca do tema: "Pó pará com pó". Vendo o vídeo, concluí que era um canto de salvação das drogas em ritmo de Axé. Naquele momento milhões de coisas vieram em minha mete, tentarei explica-las.
A primeira foi: a reformulação católica que, com o aumento de evangélicos, busca a popularização da religião através de atividades culturais comuns nas religiões protestantes mais conhecidas no Brasil. Programas de TV apresentados por padres, cultos transmitidos, músicas, filmes etc. Um tanto quanto curioso, mas não é o que falaremos hoje.
Outra coisa não menos importante: o que a religião é capaz de fazer? Não vou cair na asneira de parafrasear Marx quando ele diz que "a religião é o ópio do povo" por que além de acreditar em certos aspectos metafísicos, vejo essa afirmação mal utilizada pelas pessoas. Mas também não vou dizer que a religião é a solução para as mazelas do mundo. Na verdade, a religião não passa de um padrão, uma instituição capaz de fazer o ser humano pensar de forma positiva e trabalhar para ser mais cordial e sereno consigo e com os outros durante sua trajetória de vida. O pensamento positivo aliado às práticas positivas não podem gerar nada além de frutos positivos, não importando religião. Levando isso em conta, pode-se dizer que fundamentalistas (e isso não existe apenas no Oriente Médio) não são positivos, não são verdadeiramente religiosos, são servos de um pensamento negativo que os manipula e os condena a vagarem por essa causa até o fim de suas vidas materiais.
A religião como idealização de fatores positivos demonstra que milagres são e não são creditados à entidades, não gostaria de entrar no mérito de cada religião existente, mas vejo que é completamente viável a compreensão de que Oxalá, Jesus, Jeová, Allah não são unicamente o motivo pelos quais uma pessoa se cura de uma doença, por exemplo. Lembrando de um programa que vi ao ligar a TV numa manhã de Domingo, associei o que um pastor evangélico disse à um livro que nada tem de religioso, mas sim de metafísico.
Segue o que o pastor pregou:

"Nesta peleja não tereis que lutar; parai, estai em pé, e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem fiquem assustados, amanhão pode sair ao encontro deles, porque o Senhor será convosco"

De cara lembrei do livro "O Segredo". Me chamou atenção o "não tereis que lutar" e o "vede a salvação do Senhor". Ora, está claro ali que o fato do fiel parar e refletir que a luta (no sentido pejorativo) não terá que ser realizada pois ao ver a salvação tudo estaria resolvido é o que define a capacidade da mentalização dos indivíduos para a concretização da superação dos problemas da vida. O que me faz confirmar isso é as palavras que o pastor falou após a citação:

"Farei um exercício de fé em Deus com vocês: cada um de vocês, tendo problema de trabalho, uma mãe doente em casa, um filho envolvido com drogas, fechem seus olhos e observem seus queridos em situação saudável. Veja sua mãe doente de cama em pé de frente pra você com aquele sorriso maravilhoso, veja seu filho indo estudar após ter largado o vício. Faça o que a Bíblia diz! Vede a salvação!"

No ato pensei "Eu não sou evangélico e penso assim várias vezes e frequentemente". Pois é, da mesma forma que eu penso assim, um cristão pensa, um umbandista pensa, um evangélico pensa, um testemunha de geová pensa. Cada um com sua figura máxima, mas todos convergindo para um ponto só: a fé como concretização de planos positivos.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rapidinha de Segunda-Feira: Orgulho de ser brasileiro

Confesso, meus amigos, que é uma questão bem complicada. Digo isso porque responderia a enquete com um NÃO. Por quê? Revolta? Jamais. Não acho o povo brasileiro herói e muito menos esse povo horroroso que muitos fazem questão de rotular. A questão é: não sentir orgulho não é menosprezar. Apenas não sinto orgulho de ser brasileiro, mas sinto certo orgulho de nascer no território brasileiro pelo fato de ele ser extremamente belo. Mais orgulho até mesmo de ser carioca do que brasileiro e mais orgulho de nascer no território carioca do que de ser carioca. Vejo que essa diferença é bem tênue, é como amplificar um caso específico: pergunte a uma menina nascida no território carioca e com infância vivida em Pernambuco se ela tem orgulho de ser carioca ou se ela ao menos se considera carioca? Provavelmente a respostas será um: orgulho de ser pernambucana.

De fato, ser brasileiro e nascer no território brasileiro são coisas parecidas mas não completamente iguais. Quantos brasileiros(portugueses, ingleses, chineses, japoneses, alemães) orgulhosos a gente vê que são nascidos em outros países? É uma questão boba mas ao mesmo tempo bem complexa. Para mim é evidente que o fato de não existir um fator que me faça admirar o povo brasileiro(e isso me inclui) não tem relação com o fato de eu me orgulhar por ter nascido, crescido e vivido no território geográfico mais bonito do mundo.

O que pensas sobre isso?

domingo, 23 de novembro de 2008

Asfalto burocrático ou corrupto?

Inauguremos as "Viagens do Fim de Semana"

Durante uma conturbada noite de "sono", me peguei pensando: "Vamos supor que só o mercado de ações exista como alternativa para mudar de vida, o que eu poderia fazer? Onde investir, como investir e porque investir?"
É fato que eu teria de fazer algo onde poucos tivessem a visão de investir e que fosse algo não bombástico, talvez estável com altas relativamente sutis que possam gerar um bom aproveitamento no longo prazo.
Lembrei então de um fator: as ruas da cidade onde vivo são extremamente mal arrumadas, esburacadas, remendadas sempre nos mesmos pontos.
Então apontei: e se eu investisse nas empresas e usinas de asfalto? Sempre produzindo, toda rua tem asfalto, existem ruas à asfaltar por toda a cidade, por todo estado e todo país.

Pois bem, após a noite horrorosa que passei fui conversando durante a semana com pessoas próximas que tem um conhecimento maior que o meu sobre o tema e fui vendo quem produz asfalto, quem fornece o petróleo pra produção de asfalto e investiguei: será que a empresa é S.A?

Doce ilusão, pesquisando vi que as empresas fazem um contrato longo de fornecimento de asfalto com as prefeituras e que elas, em sua maioria, são LTDA. ou seja, não possui suas ações em aberto no mercado. Me despertou uma curiosidade ao constatar isso: será que existe algum tipo de corrupção? Digo, talvez não desvio de verba ou roubos absurdos que a gente costuma ver por aí, mas práticas mercadológicas onde a qualidade do asfalto fornecida para remendar uma rua é propositalmente menor, para manter um ciclo de produção e assim um ciclo de utilização e escoamento do asfalto produzido. Seria isso um tipo de corrupção?

É, meus amigos, esse negócio de investir é um tanto quanto complicado.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

EtnoFut: Ser brasilero é ser bom de bola?

Antes de ler vote na enquete ao lado!
Você tem orgulho de ser brasileiro?


Hoje a bola rola para mais uma exibição do maior orgulho do brasileiro: a seleção Canarinho. Todos ligaremos nossas TV's para assistir ao grande Cristiano Ronaldo. Opa! Ele não é português? Pois é, aqui temos nosso assunto de hoje: o que faz pessoas brasileiras viajarem quilômetros só para assistir um jogador português atuar contra o maior orgulho da nossa nação? Futebolisticamente falando, nossa seleção nos enxe de dúvidas mas hoje não me prenderei muito a isso. A pergunta é: O que que o portuga tem?

Portugal é tido midiáticamente como um primo rico, ou melhor, um Pai Rico do Brasil por toda sua história inevitavelmente entrelaçada com a nossa(e vice-versa) que faz emergir em nossas almas certo carinho pelo povo da menor porção da península Ibérica. Em consequência disso, vemos toda uma construção de uma imagem positiva de Portugal como uma terra de oportunidades, que estará sempre de braços abertos e que age igualmente o povo brasileiro: já observamos isso em várias novelas, músicas e filmes. Ora, sendo assim, faz completo sentido nós aclamarmos Cristiano Ronaldo em sua passagem pelo Brasil. Mas me pergunto: porque não aclamar outros jogadores como Maniche e Simão?

Cristiano Ronaldo é o símbolo da identificação popular entre Brasil e Portugal. Jovem, narcisista, malandro, posudo e com um futebol estéticamente brasileiro, o gajo me faz lembrar os jovens de todas as classes do Brasil e me permite pensar que ele é mais um brasileiro perdido pelo mundo: até nome de craque brasileiro ele tem! Vemos todo esse etnocentrismo às avessas* simplesmente porque Cristiano Ronaldo oferece o que os meninos do Brasil sonham em ter/ser: bonito, habilidoso,rico, carismático, bronzeado, famoso e de um país que possui, ao menos supostamente, uma boa fama tanto interna quanto externamente, afinal em Portugal se ganha em Euro! Lá é a Europa! Pra que jogar num país que tem Dunga e violência se nosso Pai Rico pode nos receber? Fica assim inevitavel lembrar dos jogadores naturalizados não só em Portugal mas como no mundo todo(até na Polônia). No caso português podemos relacionar a grande fase de Felipão associada ao grande futebol brasileiro de Cristiano Ronaldo: quer algo mais brasileiro? Identificação total. Um técnico campeão mundial pelo Brasil e um jogador com todo aquele perfil já citado.

O orgulho de ser brasileiro pode acabar até mesmo no esporte de Pelé, Garrincha, Rivelino, Zico, Dinamite e outros mitos ue viviam numa época onde esporte era esporte, economia era economia, nação era uma só e orgulho era orgulho.




*termo utilizado para valorização de outra cultura/nação em detrimento da própria.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Rapidinha de Segunda-Feira: Obamas brasileiros

De acordo com o tema da enquete, estamos aqui na segunda Rapidinha de Segunda-Feira para falar sobre o presidente eleito dos EUA Barack Obama. Na verdade, o post não é sobre ele, mas sobre figuras brasileiras que trouxeram alguma vez na história de nosso país a perspectiva de mudança que Obama hoje carrega em seu escudo.

Pela raça ou não, podemos fazer uma breve lista de personagens com essa capacidade, lembrando sempre Roberto DaMatta onde "é preciso relativizar".




  • Luís Inácio "Lulla" da Silva: eleito presidente do Brasil sob o argumento e afama sindicalista cujo foco é essencialmente voltado para os trabalhodores e as "classes menos favorecidas". Foi o segundo(salvo engano) presidente das classes trabalhadoras da história da humanidade.

  • Getúlio Vargas: o apelido "pai dos pobres" na conjuntura em que se vivia fala por si só.

  • Fernando Collor de Mello: após anos de ditadura e um conturbado recomeço no Brasil, trouxe a solução liberal para o país com a propaganda de seu perfil jvem, moderno e dedicado.

  • Cristovam Buarque: especialmente nas últimas eleições presidenciais a perspectiva de mudança veio pelo argumento único de que a educação é a solução.

  • Édson Santos: atual secretário da Igualdade Racial no Rio de Janeiro.

  • Fernando Gabeira: deputado federal famoso por sua ética anti-corruptiva, candidato a prefeiro do Rio onde perdeu por uma margem ínfima de votos. A neutralidade de seu partido e sua fama seriam os símbolos da mudança.

  • Irineu Evangelista de Souza: Liberalismo e desenvolvimento industrial para a mudança do país. Barão e Visconde de grandeza de Mauá.

E você? Consegue observar mais "Obamas brasileiros"?


Dê sua opinião.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Leia agora mesmo ou um pouco depois.

Quando fui convidado a escrever neste blog, combinei que todas as sextas-feiras meu post estaria presente. Ok. Sexta passada, propositalmente, não escrevi, pois planejava escrever no domingo. No sábado, fui questionado sobre não ter escrito sexta e disse "domingo estará lá". Ora, mais um motivo para não postar, não teria sentido algum, então optei por adiar apenas para hoje, pois irei tratar de um trema presente no nosso cotidiano: O atraso.
Penso que o atraso, quando ocorre propositalmente, é algo muito prazeroso...a sensação de você não cumprir a sua parte em algo pré-acertado sabendo que não haverá conseqüência alguma nesta atitude. Fora o fato da pontualidade contínua oferece o fardo do título de pontual, ou seja, você NUNCA terá o direito de se atrasar para nada que será logo cobrado, diferente daqueles que já anestesiaram os amigos com seus constantes atrasos.
Por anos, eu sempre fui pontual e isso de certa forma era extremamente chato por conta dos atrasos alheios. Era sempre o primeiro chegar em festas de aniversário (por vezes antes que o aniversariante), em reuniões partidárias, em ensaios de banda ou do teatro e até mesmo para encontros religiosos e foi assim em grande parte da minha adolescência.
Com o tempo, aprendi a lição: Já que todos vão atrasar, se atrase também. Óbvio que há situações onde isso não é tolerável, como viagens, entrevistas etc.. Mas quando possível, faço questão de me atrasar, pois ao menos cria-se a expectativa sobre a presença.
Interessante que o atraso se tornou tão comum que a novela das 8 hoje começa as 9 sem ninguém se dar conta disso, com os atrasos acontecendo progressivamente ao longo dos anos, como se a TV se adaptasse ao fato do marido chegar em casa atrasado depois de combinar com a esposa que as 8:10 estaria em casa pra ajuda-la com alguma tarefa.
Ou então, são os funcionários da TV que se atrasaram mesmo e obrigaram tudo a começar mais tarde...

The American Dream's Shield - O Escudo do Sonho Americano

Vote ao lado antes de ler o post: Você votaria em Obama?
Votação para a "Rapidinha de Segunda-Feira"




O presidente eleito dos EUA virou um mártir, um símbolo do retorno do Sonho Americano, um talismã da mudança no mundo, a redefinição das formas econômicas e sociais da humanidade. Me pergunto frequentemente se isso tudo é verdade. Será que Barack Hussein Obama não é apenas mais um xerife do mundo, só que com um escudo mitológico de salvação em seus braços?

Por exemplo, na parte econômica o governo Obama talvez seja pior para nosso país do que um possível governo McCain. Vi isso numa entrevista do presidente do BC americano, onde ele afirma que no atual governo (Bush, republicano) as transações comerciais entre Brasil-EUA aumentariam cerca de 100%. Ora, se as prioridades dos democratas são outras, Obama pode deixar essa relação de lado por um tempo indeterminado. Outro exemplo é sobre o intervecionismo que se vê por aí: a maior declaração "pró-guerra" na corrida eleitoral foi mais ou menos assim: "Se for necessário, nós iremos até o Paquistão para pegar os terroristas".

Pera aí!

Paquistão? Aquele país aliado dos EUA? Entrar nele? Terrorista?

É, parece que o escudo do Obama é bem grosso.

Voltando à análise, The American Dream is back!
Acredito que não, considerando (e admirando) o Sonho Americano como o precursor do sucesso de cada indivíduo e observando que sempre há lado ruim e lado bom em qualquer conjuntura econômica, posso dizer com facilidade que o Sonho Americano não está de volta porque ele nunca acabou: é algo que está dentro de cada americano, seja ele latino, afro-american, branco, oriental. É a luta por sucesso através do esforço relacionável à Ética protestante e o Espírito do Capitalismo de Max Weber que sempre habitou as mentes e os corações estadunidenses. E posso dizer um pouco mais: o Sonho Americano está dentro de cada um de nós independentemente de nacionalidade, mas é radiante em alguns e adormecido em outros. Cada um que tem em sua mente a disposição de se doar por um ideal (seja ele fruto de consciência política ou não), lutar por ele até conseguir conquistar o pote de outro e ser fiel às suas convicções possui em seu espírito um pouco do Sonho Americano. O diferencial que não nos compete(como indivíduo) está no desenvolvimento econômico, educacional, social, judicial e político de cada país e é aí que os Estados Unidos podem predominar mesmo com um déficit imenso em sua balança.(de acordo com um grande amigo meu e com um indescritível professor dele essa balança é necessária e positiva para a manutenção dos EUA no "predomínio" do mundo). Esse desenvolvimento seria o telhado da casa chamada Sonho Americano, o que não me impede - como brasileiro, carioca e empreendedor - de dizer: I have a dream!

Abraços.

Novidades!

Aqui estamos então com as boas novas!

Como vocês podem ver, mudei o cabeçalho do blog, ficou bom? Dêem seus pitacos.

O blog está sendo acompanhado pelo site da Universidade Federal Fluminense onde sou o novo colaborador do Espaço UFF Ciências - Com Ciência e Arte.

Vocês podem conferir aqui:
http://www.uff.br/espacouffciencias/comcienciaearte



Gostaria de agradecer ao Guilherme Coutinho pela oportunidade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Rapidinha de Segunda-Feira: Trabalho em Grupo

Bom, como combinado aqui estou eu para falar sobre trabalho em grupo de um ponto de vista um pouco diferente utilizando também o método das segundas-feiras a partir de agora: as Rapidinhas. Final de semana passado parei para pensar sobre o meu futuro, academica e profissionalmente. Anotei algumas coisas, fiz gráficos, fluxogramas e mais algumas anotações: tudo de forma completamente individual.

Trancafiado no quarto por algumas horas, recebi a visita de meu pai. "O que você está fazendo?". Disse que eram "apenas planos para o futuro", eis que ele entrou no quarto e começamos a conversar sobre a diferença entre negócio e emprego, sobre cursos de graduação e pós-graduação etc e tal. Após longas e proveitosas horas de diálogo, recebi a visita de minha namorada. "Penso em fazer outro curso". Pronto, estava instaurado um grande debate sobre a vida acadêmica e profissional para jovens que possuem certa visão. Momentos depois o telefone toca: um dos meus amigos de infãncia querendo falar sobre uma idéia de negócio que havíamos considerado.

Estava ali um grande trabalho em grupo onde eu não fazia idéia de 90% das coisas que os três componentes do meu Grupo para o Futuro me aconselharam e a recíproca deve ser verdadeira, até no caso de meu pai.

Fracasso?

Conhecimento nunca é demais, ele alavanca para o sucesso.

Abraço

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fracasso como Solução?

Uma semana longe da cidade grande. Foi o que definiu o que eu vou escrever hoje. Cidade litorânera, praia, Sol, vento, leituras, relax e jeitinho brasileiro. Mesmo após o desagradável Domingo passado onde - mais uma vez - um alemão acabou com um sonho brasileiro (Hamilton agradece), falarei sobre os dois lados do tão desgastado jeitinho desse povo odiado e amado pelo mundo afora. Dois jeitinhos brasileiros? Claro! Tudo tem, no mínimo, dois lados e até agora só vi dois acerca desse assunto (os que puderem me ajudar a encontrar um terceiro, quarto, vigésimo infinitésimo lado para o tema vão me deixar extremamente curioso e satisfeito).

O primeiro lado citado vem de um exemplo bem claro sobre o fracasso que leva a práticas ilegais: ao pegar um taxi, o motorista conversava comigo sobre a Carteira Nacional de Habilitação. "Quanto você pagou?" . Desconfiado, cortei o assunto dizendo que não era da região "Lá no Rio custou um bom preço". O despojado e simpático motorista insistia no papo e eu acabei entendendo o que acontecia. "800 conto sem prova e sem nada, só vai lá e assina. Isso só rola comigo porque eu sou aposentado da PM, tenho um contexto". Juntando o post sobre capital social com as afirmações do cidadão cheguei a um pensamento curioso que habita um livro que li: a diferença entre os vencedores e os perdedores é a capacidade de lidar com o fracasso: um vê o fracasso como uma derrota*, uma perda fixa e irreparável enquanto o outro o vê como um incentivo para a próxima batalha da vida. Ora, sendo assim fica claro que o taxista só o é e só participa de tais esquemas (sim, no plural pois tenho dúvidas sobre a legalidade do ofício de taxista que ele exerce) porque fracassou em suas expectativas como Policial Militar. Derrotado*, o cidadão recorre a atividades ilícitas que permitam concretizar suas expectativas. Aí temos um foco deste lado do jeitinho brasileiro: o taxista pode ficar rico, mas sempre será um derrotado em sua mente, em sua ética.



Do outro lado, visitei um grupo de mulheres empreendedoras onde ali existia todo tipo de mulher com seus vícios e virtudes diversificados. Organizadas em uma reunião, as mulheres planejavam, entre outras coisas, uma "vendinha" para uma feira. O diálogo e o planejamento corriam super bem, mesmo com as divergências entre aquelas mulheres( é difícil trabalhar em grupo? VOTE ). O grupo existe há alguns meses e nem tudo sai como esperado, ou seja, assim como o ex-PM o grupo também fracassa, porém existe uma diferença: o grupo empreendedor lida com o fracasso de forma diferente, sempre dentro das possibilidades legais e com a alma limpa pela consciência de que o fracasso passado não foi uma derrota* e sim um incentivo para o sucesso da "vendinha" que estão organizando. E se, por algum motivo, as vendas não forem boas não haverá nenhum problema, afinal não existe vencedor que nunca tenha perdido. Para tais mulheres, o sucesso virá de forma limpa onde todas elas sabem que o fracasso faz parte do cotidiano. Já para o taxista, torço para que o sucesso venha através de uma série de derrotas* que façam seus fracassos, enfim, se transformarem em incentivo para o sucesso dentro da lei e da paz de espírito.




Daniel L. Ruffo





*É importante observar a diferença entre fracasso e derrota aqui postada




A enquete irá até segunda-feira 10/11, onde será feito um post acerca da enquete e do tema.
Até a próxima!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Bom feriado, mesmo que não exista.

Pode parecer idiota fazer uma reflexão sobre o ano quando ainda estamos no último dia de Outubro, mas 2008, por tantas particularidades, merece um destaque negativo: A falta de feriados para nós. Vários dele caíram (e ainda cairão) no DOMINGO! o próximo dia 2 de novembro, dia de finados, também seguira essa regra, assim como foi o 12 de outubro, 7 de setembro, 20 de janeiro...

É muito comum ver as pessoas criticando os feriados, por conta dos prejuízos que causa ao comércio, aos serviços terceirizados etc.. mas é inegável que uma folga, as vezes, é bom para todos.

Legal que o Judeus tem a vantagem de ter os feriados deles e AI DO PATRÃO que recusar dar folga ao funcionário no Yon Kipur. E mesmo assim, eles também folgam no dia de nossa senhora aparecida, no natal... feriados cristãos.
Sou da tese que deveríamos montar nossos feriados, ter nossas datas comemorativas. Eu não sou católico e sou obrigado a aturar feriados religiosos.. não que eu não goste da folga, mas para mim, não tem cabimento parar a cidade por conta da atividade de UMA única facção dentro de uma religião, no caso, o catolicismo dentro do cristianismo.

Hoje, por exemplo, é 31 de outubro, aniversário da reforma protestante. Eu queria ter essa data disponível para comemorações dos 491 das 95 teses de Martinho Lutero terem sido pregadas na porta de uma catedral, mudando a história do mundo, mas não posso.Trocaria um dia de santo qualquer por um feriado no dia de hoje.. mas isso é inflexível e inegociável.

Então, é melhor eu descançar no feriado de São Jorge, um santo que nem a história sabe se existiu mesmo ou não.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

E no Rio de Janeiro...

As eleições no Rio acabaram mas o debate acerca da disputa ainda está rendendo pano pra manga: de um lado - o vitorioso - a alegria toma conta com a esperança de se renderem bons frutos com a inédita união entre governo municipal, estadual e federal, mesmo com a briga entre PT e PMDB no Congresso. Do outro lado, um sentimento de lamentação misturada com uma pitada de conspiração inspira os eleitores de Gabeira a se voltarem contra as formas pelas quais as eleições foram realizadas, mas desestimula o cadidato, que antes mesmo da votação de Domingo já havia dito que "tinha ido longe demais".

Sem muitas voltar, observemos que a abstenção dos 955 mil eleitores - além de ser um fator extremamente democrático, afinal o voto facultativo, mesmo fora da lei, é o que mais há de expressão democrática - não foi o definidor e muito menos o estopim para a lamentação e a conspiração que nem sempre andam juntos do lado derrotado.

Paes foi extremamente calculista em sua jogada política e venceu por merecimento, não por ignorância do público-alvo do candidato. Uninado uma boa propaganda (com o apoio do presidente Lula e do governador Sérgio Cabral) com o sucesso de algumas obras e do Pan2007, o futuro prefeito conseguiu esconder as falhas do seu lado ético e evidenciar seus projetos abordando também a possível falta de conhecimento do rival Fernando Gabeira. Temos aqui o modelo de político clássico da atualidade: um indivíduo com bons planejamentos, bons padridos para o cenário político mas pertencente a uma oligarquia que, assim como ele, tem como fraqueza o lado ético.

Já o candidato derrotado representava uma espécie de fuga: com Crivella, Jandira e Molon - cada um com um ponto que desfavorece ascenção de popularidade - só restava ao povo carioca pesquisar sobre o candidato do Partido Verde para esboçar uma chance de mudar o domínio oligárquico representado por Paes. Vieram então a exploração dos acontecimentos da vida de Gabeira: ex-militante e conhecido por rotulações "homossexuais e entorpecentes", o candidato sofreu duros ataques durante a tentativa de mostrar seu lado ético contra os esquemas de corrupção já existentes (veio à tona, então, o famoso discurso de Gabeira na câmara). Embora esse lado seja aceitável como positivo, até hoje há uma grande incógnita sobre o destino da mudança do pensamento ético de Fernando Gabeira. Faltou também clareza na parte dos projetos para a cidade, mostrada pela falta de demonstração de interesse e conhecimento sobre a cidade. Formou-se então o candidato do outro lado: um indivíduo com um histórico duvidoso, que possibilitaria uma mudança no lado ético (mas que não se sabe até onde essa mudança poderia ir) e que possui projetos pouco claros sobre a cidade.

Então, nessa disputa entre Boa gestão e ética obscura e Gestão duvidosa e ética ilimitável ficou bem evidente que o povo carioca gosta de certezas, não que a diferença de 55 mil votos foi definida pela "preguiça, ignorância e cegueira política" das 955 mil abstenções(como se vê nos discursos por aí) independente de feriado, chororô, conspiração ou classe dos eleitores cariocas.

sábado, 25 de outubro de 2008

Reinaugurando

Após esses quase dois anos sem atividade, o Reflexões do Cotidiano está de volta.

O artigo abaixo é o primeiro dessa retomada virtual e tem essencialmente a ver com a reflexão dos dias em que vivemos, com as coisas que observamos mas muitas vezes ignoramos.

Espero que gostem.




Abraços,
Daniel L. Ruffo

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ponto de ônibus

Indo para a aula como todos os dias, me deparei com algo normal mas não tão comum quanto a rotina das aulas: ao saltar do ônibus, um grupo de crianças sujas e maltrapilhas - que eu não sei se era de rua - entrou pela porta de trás do ônibus em que eu estava com uma intensa excitação, como se algo de bom estivesse para acontecer. Como era um grupo considerável para aquela situação (cerca de oito crianças, sendo que a mais velha - aparentando 12 - fumava um cigarro doado por um ambulante), agi com certa estranheza (o que acontece com os outros é "normal" , quando conosco, estranho) e falei com um tom agressivo " Deixa eu passar aí". As cinco crianças que entravam no ônibus ignoraram ou pela felicidade intensa ou pela preocupação com as crianças que ainda não haviam entrado no ônibus. Como resposta, ouvi do menino mais novo um "Pode passar moço". Pois bem, passei, fui embora e não olhei para trás.

Após alguns minutos caminhando me peguei pensando naquela situação: será que essas crianças são assim porque não tem educação? Então é aqui que fazemos nossa primeira Reflexão do Cotidiano depois de quase dois anos de inatividade virtual.
De pronto, fiz a suposição de que eram crianças que não tinham uma vaga numa escola pública(muito menos particular), fato que influencia mas não determina aquelas atitudes vorazes de entrar no ônibus com tamanha agitação, assim como dizer que "Eles agiram assim por causa da sociedade" é do mais puro senso comum que me dispenso de falar sobre a afirmativa.
É visível que tal maneira de agir se dá por parâmetros sociais que tem mais a ver com as classes (apesar de ultrapassá-las) do que com a educação. Prova disso é observada na educação do menor que, antes de entrar no ônibus, me disse "Pode passar moço".

Outro fato observável está dentro das escolas públicas: os indivíduos que possuem sua vaga garantida nessas instituições teriam a mesma atitude do que as crianças naquele ponto de ônibus, com objetivos iguais mas por meios e consciências diferentes. O capital social[1] (Não se predomina na sociedade somente com o acúmulo de bens materiais) ali abordado, é desejado nos dois casos, mas um grupo sabe que a atitude acarreta certos problemas e o outro, talvez, ache que agir daquela forma seja apenas mais uma ação rotineira (e é aí que a educação influencia mas não determina tais atitudes).

O objetivo em questão vai além de "pegar um bonde com o piloto": ali estão os desejos de imposição por destaque, fomentados pelas precárias condições que o Estado proporciona para aqueles. Observa-se então a temática das classes. Não que os componentes das classes C, B ou A estejam insentos de tais condições - não estão pois existem alguns serviços que ainda não exigem um grande montante de dinheiro para serem usados (ou por fortuna ou por falta de interesse do capital privado) - mas se tais classes não possuíssem certo capital (nesse caso material), estariam necessariamente subordinadas a todos os serviços públicos medíocres do Estado assim como os componentes das classes D e E estão. Toda essa problemática se agrava por históricas más administrações que influenciaram diretamente na disparidade observada entre as classes hoje.

Por fim, pude tirar uma conclusão lastimável sobre isso: a educação não é fator determinante para o acúmulo do capital social, embora devesse ser. Se tal educação estivesse aliada com administraçõs melhores, misturadas - é claro - com certa mudança nos parâmentros de acúmulo de bens materiais (mas esse é um assunto para outro post), a disparidade inter-classes seria menor e o capital social seria outro, adquiridos de outras formas e geradores de um possível "Esperem os passageiros descerem e vamos conversar com o motorista pra entrar no ônibus" por parte da mais velha daquelas crianças do ponto de ônibus, que não mais fumaria aquele cigarro.




Até a próxima,
Daniel L. Ruffo





[1] ORTIZ, Renato "Pierre Bourdieu - Sociologia" pág. 22