sábado, 30 de maio de 2009

Sobras de um Davi na Ásia

Se a história de David e Golias nos lembra o impasse que acontece na Ásia envolvendo Coréias, Japão e Estados Unidos, as semelhanças acabam quando o que vemos atualmente não passa de um anão que choraminga nos confins político-econômicos do mundo. De fato não podemos deixar de considerar o que fomenta o impasse, mas o distúrbio acerca da força nuclear não mostra lógica quando seu uso pela Coréia do Norte é de cunho militar. A pergunta é: o que a Coréia do Norte representa de ameaça militar para além de seu ínfimo arsenal nuclear? É claro que vidas, sobretudo sulcoreanas e japonesas, estão em jogo e uma guerra nunca é agradável, mas de um país onde a cegueira ideológica é medíocre e até os mais saudosos esquerdistas no mundo condenam - inclusive o país mais forte - não se pode esperar medidas inteligentes muito menos significados coerentes em suas ações.
Talvez o ódio histórico da região fomente a atual problemática, talvez os manipulados norte-coreanos que compram comida e outras coisas básicas nos vizinhos do Sul estejam indignados com o que se passa em seu Estado e assim querendo o fim do sistema mais falacioso da humanidade. A certeza que se pode ter é que com uma guerra ou não, a Coréia do Norte - se é que já foi produzida pelas forças de trabalho de seu maltratado povo - tem seu prazo de validade determinado assim como as mercadorias do sistema mundial.
Se até a China já observou que o caminho não é a cegueira e a ignorância ideológica, cabe ao sistema engolir a intolerância de uma forma mais enérgica ou por vias diplomáticas. O problema da segunda alternativa é: os norte coreanos sabem o que é isso? Se o David da atualidade de fato tentar atingir com sua funda o Golias da humanidade, podemos concluir que a história bíblica só funciona numa era pré-capital e que um gigante esmaga mesmo o que aparece em seu caminho. Não devemos esquecer que existe mesmo uma preocupação que algo semelhante aconteça na América Latina, mas isso já é assunto para outro momento.

Por Daniel L. Ruffo