terça-feira, 3 de agosto de 2010

Homossexuais e a adoção

Senhores,

segue então as reflexões acerca da questão. Vou enumerar os tópicos levantados por cada um dos 4 comentários.

1 - Também não corroboro com os pensamentos, principalmente atentando para o fato de que se os filhos dos homossexuais fossem necessariamente homossexuais, chegaríamos a conclusão de que os mesmos não existiriam. Eu explico: pensando pelo lado oposto, se todos os filhos de casais heterossexuais fossem, de fato, heterossexuais, nós não teríamos a mudança de "condição" (ou "opção" ou qualquer jarg"ão" que nós espalhamos, alguns com preconceito e outros não) de nenhum indivíduo, assumindo uma constante heterossexual. É interessante também a questão dos preceitos morais, uma vez que é possível um filho de casal heterossexual "conservador" (não encontrei palavra melhor) possuir a mesma base moral mas com a diferença na parte de gênero, a qual nós poderíamos pensar o que leva a definição do mesmo (o meio social? a cultura? a base moral? a família? a religião? todas essas? nenhuma dessas?)

2 - Sim, Igor, por lei - pelo menos por hora - a sua reflexão do ponto 1 é pertinente. A mudança de lei é justamente o que caracterizaria a institucionalização de um experimento inédito, nos permitindo refletir sobre "a família, a geração e a educação dos filhos" sob uma nova ótica, que vai além da questão da junção material citada no ponto 3. É exatamente pela parte inédita do experimento - onde você foi bem feliz na observação.
Sobre o movimento gay, é uma questão a se pensar. De fato eu acredito que a politização da "opção" sexual trás esse tom de rivalidade por parte do movimento gay. Mas não quis me referir a isso, pensei de forma apolítica (não despolitizada), o que pode ter sido um grande equívoco. O que nós podemos dizer sobre a repressão e a coerção social com o casamento permitido é que a situação exposta por você no ponto 5 já existe. Ela já acontece e infelizmente continuará acontecendo se a situação atual mudar ou não. Aí a questão do respeito já merece ser proposta como você citou no começo desse ponto "simplesmente por ser pessoa". Já o ponto 6 é o mais interessante, principalmente quando você fala sobre imposição. Nesse ponto nós podemos pensar de diversas formas, mas não consigo visualizar o aspecto caótico que foi proposto, como se caso a sociedade ocidental aceitasse o casamento homossexual por lei o mundo se tornaria uma grande confusão guiada pelos conceitos sexuais que cada cultura propõe a seus indivíduos.

3 - Bem observado o fato de a capacidade de se criar filhos é o que importa na questão, é uma forma também de se pensar e é a que mais se aproxima do que penso. Agora, não acho que "primitiva" seja o termo ideal para definir a nossa sociedade, nem qualquer outra. A mistificação do sexo se dá ao redor do mundo em todas as sociedades - cada uma a sua maneira.

4 - Marcos, vejo como inevitável o assedio da mídia perante à questão. Primeiro por todas as questões de uma sociedade que vive do "espetáculo", onde a mídia é fator crucial que permeia desde o início até as últimas consequências (e após elas se possível) qualquer fator diferente que qualquer "experimento social inédito" (gostei do termo do Igor) pode causar. E esse acesso midiático não é apenas da TV ou dos jornais, mas de qualquer forma de comunicação, desde as tradicionais até a comunicação 3.0, passando pelas mídias sociais. É algo que , pelo menos no começo, vai atrair esse tipo de assédio.
Quanto ao seu ponto 2 eu sou capaz de discordar completamente. Ser afetado psicologicamente pouco tem a ver com o casamento homossexual, principalmente tendo em vista que casais heterossexuais são tão capazes de gerar tal transtorno à seus filhos quanto casais homossexuais. Entendo que constragimentos familiares sempre ocorrerão com determinadas questões que pouco tem a ver com a condição sexual dos pais. Um casal viciado em algo, um casal onde há traição sabida por todos, um casal heterossexual onde há a idéia coletiva de que um dos membros é homossexual ou até mesmo um casal homossexual onde há a idéia de que um dos membros é heterossexual. São exemplos de que a "opção" sexual não orienta bem os possíveis constrangimentos propostos.

A idéia dessa postagem é bem diferente.

Nos comentários, queria saber dos leitores porque PROIBIR a adoção por casais homossexuais. Comentários que envolvam o direito de casamento também são bem válidos. Responderei nos comentários também, argumentando sempre.

No final da discussão a postagem sai lapidada.

A pergunta é: porque proibir a união e a adoção de crianças por casais homossexuais?

Sintam-se a vontade!!