domingo, 30 de novembro de 2008

Crítica da crítica ao capitalismo

Crise mundial, crise do capitalismo?
Não sei, acredito que não, mas é fato que acontecimentos como esses geram uma série de discussões que visam desmoralizar o sistema que vivemos. Confesso que algumas possuem certa relevância, mas essa semana reparei em dois assuntos no mínimo bizarros.

O primeiro diz respeito a um economista irlandês de 29 anos que desafiará o capitalismo ficando um mês sem gastar dinheiro. Fenomenal, né? Não, absolutamente sem critério e com intuito marketeiro. Viver sem dinheiro é possível, não tenho dúvidas! Podemos ver a cada olhada na parte embaixo de um viaduto que existem pessoas que fazem isso. O que o mendigo de luxo irlandês quer é pseudo-desafiar algo que, daquela forma, é impossível de ser desafiado. Ora, se um sujeito decide ir em eventos onde é servido um lanche gratuito, ou então visitar os lixões da cidade em busca de sobras, fica evidente que ele está ali como um ser dependente do sistema em que a sociedade vive. O que impressiona é que um economista não parece ser capaz de observar isso. Sinceramente, torço para que seja apenas mais uma jogada para divulgar sua ONG.

Vendo isso, lembrei de uma crítica que as pessoas fazem que é, no mínimo, contraditória.
Costuma-se ver por aí imagens associando o capitalismo à fome.
Costuma-se ver por aí imagens associando o capitalismo à obesidade.


Bom, não vou me estender sobre as causas que levam aos dois fatores. Mas veremos, basicamente, que não é bem assim:
- O capitalismo de fato tem como complicação a má distribuição de renda, mas a distruibuição de renda que remete à miséria e à fome não tem nenhum fator político-sociológico em seu meio? Digo, as crianças da África sentem fome apenas porque nos séculos XIX/XX europeus dividiram suas tribos em territórios de acordo com sua vontade? Os conflitos existentes desde os primórdios nada tem a ver com a atual forma de distrubuição?
- O capitalismo de fato gera certa difusão de consumismo, mas ele só existe porque o capitalismo existe? Um senhor feudal não tinha vontade de ter mais do que precisava? Aliás, um faraó não tinha? De fato eles não viviam o capitalismo. Aliás, eles eram gordos por serem consumistas? A alimentação egípcia não parece ser mesmo um precedente para ser obeso. O prolema no caso, além de tudo, é individual.

Em suma, fica evidente que é fácil criticar o capitalismo e fazer uma imagem para ter fiéis à essas críticas, já que tudo o que se vive tem pelo menos dois lados(no caso os que simpatizam e os que não simpatizam).

4 comentários:

  1. Os dois lados que eu evidencio são o da ciência (fatos) e o da crença (ou pseudo-ciência).
    -O que relaciona o capitalismo às pessoas que passam fome na África, além do imperialismo dos brancos que lá passaram, é que o sistema não faz nada para mudar a situação. A regra é uma só: lucro.
    -Ah, realmente estamos melhor do que na época das teocracias, do feudalismo e mesmo da escravatura... Peraí, parece que estamos iguais!

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  2. na minha opinião imperfeita, o problema do capitalismo, comunismo, ou qualquer outra ideologia, são os agentes, infelizmente imperfeitos...

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  3. O capitalismo é um sistema que nasceu para a acumulação do capital. Muito na mão de poucos. Querendo ou não, isso acaba gerando mais desigualdade.

    A questão não é que o socialismo ou o comunismo é bom - pois provaram não ser eficientes -, a questão é: quando isso vai mudar? Nunca. Quem detém o poder [econômico, é claro, pois esse é o único poder], não está interessado em uma mudança justa - mesmo que faça doações para ser capa de revista.

    Claro que o capitalismo não é certo e nunca será.

    PS - para criticar o capitalismo eu não preciso apontar a melhor fórmula. Critica é critica, basta ter argumentos e não a solução.

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  4. Seguinte... Socialismo não dá certo se for isolado. Se o mundo fosse socialista, poderíamos pular pro comunismo e assim seria MUITO melhor.
    Muito mesmo

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